2021 tem sido um ano incrível para os videojogos, com novos IPs como Returnal e Deathloop, ou sequelas altamente aclamadas como Ratchet and Clank: Rift Apart, Psychonauts 2, ou o mais recente Tales of Arise. Acumulando a estes lançamentos, a Sony decidiu lançar uma linha de prestígio dos seus exclusivos chamada Director’s Cut. Estes “Cut” servem para as equipas terem uma nova oportunidade de lançarem o seu produto, mais polido, e com conteúdo adicional (e claro, fazer mais um dinheirinho).
Ora, o segundo título a entrar nesta prestigiada linha é nada mais nada menos do que o altamente polarizador Death Stranding.
Um jogo da Kojima Productions, criado por Hideo Kojima, com guião de Hideo Kojima, e, com direito a uma cameo de Hideo Kojima. Fora de brincadeiras, este foi o primeiro jogo da Kojima Productions após a saída de vários elementos da Konami. Isto levou a uma grande antecipação para o lançamento do jogo, com financiamento completo por parte da Sony e o que acredito ser o maior elenco de celebridades que já vi: Norman Reedus, Mads Mikkelsen, Troy Baker (claro), Lea Séydoux, Margaret Qualley, Lindsay Wagner, entre outras surpresas.
Como já referi, aquando do seu lançamento, Death Stranding polarizou a comunidade, indo do 8 ao 80. Eu coloco-me no espectro do 80, não só por gostar bastante de jogos com imenso lore, mas também por ser amante de jogos com acção furtiva. Estes dois elementos, em conjunto com a vertente social, garantiram-me horas de diversão, no entanto, quando re-fiz a viagem de Sam, acabei por apanhar alguns pormenores que passam na primeira vez, mas à segunda tornam-se comichosos.
A história mantém-se com mais ou menos a mesma duração, podendo ser encurtada visto que temos agora mais ferramentas, e a interação social está muito mais potenciada do que na Playstation 4, ou seja, temos muitos mais objectos de outros jogadores. Creio que a Kojima Productions podia ter encurtado ainda mais a história, pois continua com algumas missões principais que são puras fetch quests ou backtracking, e a história do jogo não sofria com isto (falo por exemplo, nas missões que fazemos a pedido de Deadman nas montanhas).
Para além de ter potenciado a vertente social, acrescentou ferramentas e equipamentos novos, o que ajudou a refrescar a maneira como fiz as missões. Não estou a contar com o conteúdo adicional da Valve/Cyberpunk, embora esses também valham bastante a pena! Temos novas estruturas como por exemplo as Chiral Bridges, podendo apenas ser utilizadas por quem tem Chiral Boots. Este equipamento é uma recompensa das encomendas standard, algo que incentiva o jogador a fazer uma ou outra entrega adicional.
Para além dos novos equipamentos, temos novas modalidades de jogo, e aqui é que o jogo ganha uma nova cara. Temos desafios time trial em cada facility, que começam com puros takedowns e escalam até ao uso de cada arma. Para além disto ainda podemos correr nos circuitos da Fragile Express qualquer veículo da nossa preferência. Tanto o Firing Range (saudades missões VR…) como as corridas têm um sistema de ranks, não só incentivando à competitividade entre amigos, como também à liderança das tabelas globais. Estas modalidades acrescentam um contraste bastante divertido ao jogo, valendo a pena experimentar, nem que seja uma única vez.
A jogabilidade em si continua idêntica, com alguns senãos que podiam ter sido corrigidos. A condução é por vezes irregular, e sim, testei em terrenos diferentes para ver se não seria algo a ver com a tração. Com isto quero dizer que quando estou a subir ou a descer, a mota parece ter travões com vontade própria, não percebendo bem como é que posso planear a minha viagem sem parar no meio do chão. Mesmo quando vou a pé, o equilíbrio por vezes parece não ser consistente, principalmente quando estou em terreno incerto, e claro que nenhuma viagem vai ser igual pois tropeçar acontece em qualquer altura, mas falo da maneira como Sam decide abordar a mesma subida de maneiras diferentes. Este último no entanto, é muito menos frequente.
Por falar em tropeçar, o suporte para o Dualsense em Death Stranding está incrível, atrevo-me até a dizer que é o jogo que melhor soube usar as funcionalidades do comando até à data. Desde a chuva, à sensação dos passos nos diferentes tipos de terreno, teremos uma imersão completamente diferente, seja a passear ou a lutar contra BTs. O uso dos gatilhos também está integrado, tanto na maneira como agarramos na mochila como no uso das armas.
Os visuais foram melhorados, embora não tivessem grande margem para evolução visto que o jogo era praticamente foto-realista, tirando os detalhes sobrenaturais. São nos oferecidos dois modos diferentes para jogar, sendo estes:
Quality – 4K nativos a 30fps;
Performance – 4K upscaled com 60fps (de longe a melhor opção).
A banda sonora também foi tweaked, não só no tamanho das faixas, como na altura em que tocam, sendo agora mais frequentes nas nossas viagens.
Death Stranding tem lançamento marcado para 24 de Setembro na PlayStation 5.































