Um dos meus sonhos desde que visitava o salão de jogos ao pé da minha casa, é ter uma arcade completa com cabine de House of the Dead 2. Claro que terei de deixar isso para quando for dona de uma mansão dado o seu tamanho, mas mantenho o sonho.
Confesso que quando anunciaram House of the Dead Remake, o que mais me alegrou foi mesmo poder sonhar por um remake da segunda entrada na saga. Ora, quando vi o estado do primeiro, admito que a vontade de ver o segundo esmoreceu um pouco, mas manteve-se. Finalmente, com um trailer que remonta a janeiro deste ano, tivemos confirmação que cá chegaria, e assim foi.
Quando comecei a jogar, já ia com uma ideia clara do que teria pela frente: um jogo de tiros com uma atmosfera altamente exagerada ao estilo de um b-movie, o que significa que não existe grande orçamento, e assim são as falas e representações em House of the Dead 2 Remake. A narrativa segue os agentes da AMS James Taylor e Gary Stewart, que são chamados para uma cidade infestada de zombies, com a missão de perceber a origem do surto. Felizmente, a MegaPixelStudio perservou, de forma fiel, os vários finais e caminhos ramificados, mantendo o incentivo à repetição do jogo, tal como acontecia nas versões arcadas.
A jogabilidade não tomou grandes riscos, mantendo o ciclo básico de rapidamente apontarmos e dispararmos para os zombies, salvarmos civis (ou, se forem como eu, matá-los por nervosismo ao acharem que era um zombie a sair a correr) e escolhermos rotas alternativas. Para além da campanha principal, temos à nossa disposição um modo cooperativo, um modo boss rush e claro, treino. Claro que não são modos revolucionários mas acabam por ajudar a acrescentar replayability.
Visualmente, não encontramos (re)invenções, pois a MegaPixel apenas aprimora a estética dos anos 90, com ambientes mais detalhados, texturas limpas e modelos, na sua melhor versão, modernizados, mas semper mantendo o charme angular do original. Aqui remo um pouco contra a corrente dos restantes críticos onde consideraram a abordagem como demasiado segura, uma nota também identificada em jogos como Metal Gear Solid Delta. Creio que certos produtos são valorizados pela sua versão inicial, e tendo essa versão valor, podemos refiná-la, mas não precisamos de a mudar, e aí, este remake apresenta-se como um produto que respeita a sua origem.
Na vertente sonora, podemos alternar entre uma banda sonora refeita e a banda sonora original. Claro que a banda sonora remasterizada traz mais impacto pela imensa variedade de efeitos que conseguimos acrescentar atualmente, mas a minha nostalgia entrou em efeito e “reverti” para a original, acompanhando a incrível nova dobragem. Certos trechos sonoros icónicos, como o famoso “Reload!”, podem ser desativados, mas isso sim, é que seria alterar o espírito do original.
Felizmente não é necessária grande optimização, tendo eu (RTX 4060 Ti 16 GB, i7-11700K, 32 GB de RAM) lidado com o jogo sem grande esforço. Pode parecer que tenho uma excelente máquina, e em certa parte tenho, mas a optimização dos videojogos hoje em dia demoveu-me de considerar as minhas specs como incríveis. Seja em 1080p, 1440p ou 4K, os fotogramas não vacilaram muito, falhando até mais nas cutscenes, com paragens ocasionais, mas que não pareciam estar sequer relacionadas com o meu hardware.
Agradecemos à editora pela cedência de uma cópia digital para análise.