A Matchbox é uma marca icónica no mundo dos carrinhos em miniatura, com uma história rica e repleta de modelos que marcaram gerações. A marca foi fundada em 1953, em Inglaterra, e ganhou esse nome inusitado por causa das embalagens originais, que se assemelhavam a caixas de fósforo.
A Matchbox sempre foi mais do lado do colecionador, sem grandes desproporções a nível de design, comparando com a Hot Wheels que tão bem conhecemos em Portugal. A grande rivalidade com a Hot Wheels deixou praticamente de existir em 1997, quando a Mattel comprou a Tyco, a empresa-mãe da Matchbox, e desde essa altura, são as marcas que dominam esta arte dos pópós em miniatura.
Hoje, chegou ao mercado Matchbox: Driving Adventures, o videojogo licenciado pela marca, desenvolvido para proporcionar uma experiência divertida e acessível para os jogadores de todas as idades — especialmente para os fãs da marca —, mas que tecnicamente, está duas gerações atrasado no tempo.
Matchbox: Driving Adventures da Outright Games diverte, mas está longe de ser um jogo que impressione a nível de polidez, capricho, e sobretudo que te estimule no nível de repetibilidade. De visual simples, o jogo apresenta-se com dois modos de jogo: Aventura e Competição.
O modo Aventura, imagina que se trata da história principal, ou seja, a espinha dorsal do jogo. Oferece aos jogadores um contexto, ainda que muito vago, e assumes o papel de um piloto talentoso, cujo objectivo é completar diversas missões em variados ambientes. O narrador indica-te sempre de forma leve e com aquele típico toque de humor britânico (ainda que com uma voz ligeiramente irritante), o que fazer, mas podes seguir o teu ritmo entre as corridas e cenários, com a pouca liberdade que o jogo te dá. As pistas são já predefinidas, com cada carro que caracteriza o tipo de missão. Existem missões cronometradas em que controlarás um carro de bombeiros e terás que resolver incêndios, outras em ambulâncias, ou serviços de entregas, como por exemplo; deixar passageiros no aeroporto. As missões mais empolgantes do jogo são feitas com os carros mais velozes, principalmente utilizados em locais mais diferenciados como praias e montanhas cheias de obstáculos, ou no Ártico, com bolas de neve gigantes e até teleféricos tradicionais da neve que te impedem de avançar. Também existem os percursos a serem feitos antes de cada corrida, mas que feita uma vez, poderá ser evitada nas outras, e realmente é algo que se torna enfadonho muito rápido, e o melhor será mesmo a opção de skip.
As pistas seguem o standard da experiência: vistosas com a sua paleta de cores relaxada, mas sem grande entusiasmo. Os cenários das pistas são variados, e existem atalhos que podem ser usados, e se aproveitados de forma engenhosa, servirão para alguns avanços vantajosos sobre os teus adversários.
É no modo Aventura que ganhas créditos após completar estes percursos e corridas nos seis locais presentes no jogo, fazendo desta forma ser possível descobrir todos os carrinhos e as suas pinturas. São 10 veículos desbloqueáveis e personalizáveis para adicionares à tua coleção. Não existe qualquer desafio para os desbloqueares, precisas apenas de jogar e comprar, definindo assim o público-alvo mais jovem que se nota claramente desde muito cedo a quem o jogo quer ser apresentado.

Já no modo Competição, o foco são mais as corridas. Será nesta modalidade que poderás colocar as tuas habilidades à prova em pistas ligeiramente mais desafiadoras e competir sozinho, ou com outros jogadores. Neste modo podes utilizar qualquer um dos veículos que desbloqueaste no modo Aventura, para participar em vários campeonatos, e o bom deste modo é que podes jogar em multijogador local, até 4 jogadores. Infelizmente não tive a oportunidade de o testar.
E será no modo Competição que aproveito para falar da jogabilidade e das suas mecânicas. Na minha experiência que durou cerca de 6 horas com este título, não notei grandes diferenças entre os pequenos veículos. A condução é inicialmente muito estranha, algo que não estava de todo a contar. Os carros são pesados, e nota-se alguma dificuldade nas curvas, antagonismo do género, comparando, por exemplo; com Hot Wheels Unleashed. Talvez seja por isso que não me sentia entretido por muito tempo. Falta fluidez e uma sensação de velocidade que não encontrarei aqui, nem com o nitro ligado. O jogo é simples: acelerar, travar, e uma mecânica de drift não muito bem implementada, e será através desse drift e raspões aos outros carros que o teu boost aumentará, para usar o modo turbo que naturalmente, te incrementará a velocidade do veículo. No entanto, sente-se a falta de algo mais, um diferencial que se pode muitas vezes identificar em outros jogos do género, desde o velhinho Muppet Race Mania da Playstation original.
Agradecemos à Bandai e PlayNXT por nos ter cedido esta chave para análise, para a plataforma PS5.