Drop Duchy é uma feliz aposta de dois dos géneros mais favoráveis não só para a vertente mais indie do gaming, como no geral. O roguelite, e o quebra-cabeças, mais propriamente o block dropping, ou como gostamos de chamar, Tetris.

A esta altura, já devem ser familiarizados com um jogo deste estilo. Temos Slay the Spire, Monster Train, Hands of Fate, e até o mais recente e brilhante Balatro. Mas caso não conheçam, trata-se de um deck building, em que o nosso objectivo é sobreviver até ao final da run, no caso de Drop Duchy, até ao final do acto 3. Uma tarefa complicada, mas gratificante quando completa. Cada vez mais consigo perceber a vitória desta mistura de géneros, deixam-me completamente compulsivo e a sair de cada sessão a pensar na próxima. É de facto desafiador e quando as suas mecânicas funcionam e são equilibradas, é simplesmente fascinante.

A jogabilidade é muito simples de entender, mas díficil de dominar. Essencialmente, somos apresentados a caminhos diferentes para escolher, com dois tipos de terreno inicialmente, planícies, e florestas, e mais tarde até pedreiras e rios. Estas cartas chegam-nos em forma de bloco, e são montadas no rectângulo característico do Tetris, mas pelo meio, saem-nos cartas de produção e militar, que quando ligadas a uma determinada fauna, nos dão recursos ou soldados. Por exemplo, se ligarmos uma carta derrubadeira de árvores, ela irá cortar esses terrenos e transformar em planícies, garantindo-nos assim madeira para o nosso stock. Esse stock servirá para trocar novos recursos, evoluir as nossas defesas, e até melhorar as próprias cartas. A cada caminho diferente aparecem também inimigos, mas a diferença deste e dos restantes rogue lite deck builders, é que somos nós a inserir o seu bloco no tabuleiro, dando assim liberdade criativa para explorarmos diferentes tipos de estratégias.

Já a vertente militar de Drop Duchy, é a mais importante para garantir a vitória da run. Os arqueiros têm vantagem sobre os soldados de machado, já os machados têm vantagem sobre a infantaria a espada, e por fim os espadachins têm vantagem sobre os arqueiros, quase como um pedra-papel-tesoura. Uma peça mal jogada ou uma escolha de soldado mal estruturado, torna o combate mais difícil, portanto prepara-te para muito planejamento. Existem várias peças, tanto de produção como militares, para adquirir nas pausas de combate. Estas são adquiridas com ouro que é ganho com cartas especiais, ou após cada fase.

O que mais me fascinou em Drop Duchy foi a sua apresentação visual. A começar pela cover, o jogo tem um design gráfico incrivelmente bonito, detalhado, e com uma actividade sonora que combina em cheio com toda a proposta. O jogo adopta uma paleta de cores pastel suave, fazendo parecer um ambiente cozy acolhedor, quando por vezes é tudo menos isso. A direção artística é inspirada em maquetes, com elementos visuais que lembram miniaturas detalhadas de castelos, florestas e vilarejos. Uma escolha estética que acertou em cheio.

No geral, Drop Duchy é a fusão perfeita entre deckbuilding roguelite e Tetris! Com um visual de encantador e mecânicas desafiantes, cada run é uma nova aventura de planeamento e criatividade. Difícil de dominar, mas impossível de largar!

Esta foi mais uma bit-nálise, análise tão curta que nem um bit ocupa. Em baixo podes contar com a ficha técnica:

Nome e Preço: Drop Duchy – 14.99€

Desenvolvedor: Sleepy Mill Studio

Editora: The Arcade Crew

Metacritic: 83

HowLongToBeat: Indefinido

Conquistas: 133 achievements

Plataformas: PC (Steam)

Agradecimentos: Obrigado à editora pela cedência de uma chave para bit-nálise
Igor Gonçalves
Curioso, explorador, e fã de videojogos desde que me lembro, e em especial pela saga Metal Gear. Não jogo plataformas, jogo jogos.