Numa escala bem mais descontraída e de dimensão reduzida, Kazuma Kiryu está de volta (agora sob disfarce), sempre pronto a espalhar pancadaria não pelas ruas de Kamurocho, mas nos seus arredores.
O arco de Kiryu é finalizado de forma quase perfeita em Yakuza 6, dando início a Like a Dragon com outro protagonista e novo estilo de jogo, que na minha opinião é de encaixe perfeito na série. No entanto, a SEGA quis dar-nos mais um pequeno aroma de Kiryu e mostrar a ligação prequela dos acontecimentos entre Yakuza 6 e Yakuza: Like a Dragon.
Entrar nos acontecimentos narrativos deste jogo implica spoilers numa dimensão que nunca dei num videojogo, e é obrigatório no meu ponto de vista jogar todos os outros Yakuza antes de avançarem para este, pois grande parte do plot passado em The Man Who Erased His Name é ligação directa com os dois últimos jogos da série.

O jogo é um pouco mais curto que os restantes da série, mas com a narrativa cheia de plot twists que esta franquia sempre nos habituou. Desde gargalhadas a lágrimas carregadas de nostalgia, poderás esperar de tudo se como eu, conheces esta série desde o seu nascimento na PS2. As missões secundárias que sempre caracterizaram os jogos da Ryu Ga Gotoku também continuam no mesmo nível narrativo e até surreal, e algumas delas superam os seus antecessores.
A fórmula clássica de combate está de volta, agora sem progressão de experiência, mas sim com golpes e movimentos adquiridos com dinheiro, que diga-se de passagem, é algo que nunca falta em Yakuza. Isto demonstra uma vez mais que o conceito na elaboração deste jogo passou desde cedo por uma experiência muito mais objectiva, focada e curta, já que os pontos de experiência obrigam um pouco mais do famoso grinding que tão bem conhecemos de outras praias.
A maior novidade no combate é a introdução do estilo “agente”, uma loucura de movimentos à Steven Seagal, com uma mistura de engenho táctico com diversos gadgets imobilizadores, desde cordas paralisantes, drones e outros acessórios electrónicos que fazem o Batman se sentir envergonhado por não se ter lembrado de ferramentas destas. A paleta de movimentos é no entanto bem menos complexa que a fórmula dos jogos anteriores, e a longevidade da campanha ajuda imenso a não sentir o desgaste deste curto moveset.

Uma das qualidades da série Yakuza são as actividades extra história e side quests a fazer pelo local onde o jogo se passa, e se te perguntas se Like a Dragon Gaiden continua com essa qualidade, posso-te assegurar que sim. As mini actividades como Karaoke, jogos tradicionais Japoneses, dardos, cabaret e máquinas arcade estão de volta, assim como o snooker, que continua uma vez mais baseado na sorte do que na habilidade, mas que ainda assim marca presença. Todas estas actividades podem ser experienciadas ao máximo na nova área designada por Castle.
Agradecemos à Ecoplay por nos ter cedido uma chave para análise para PS5.