Após o notável lançamento de Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge, que arrebatou os aficionados e os mergulhou de volta na essência inconfundível da fórmula triunfante de jogos de luta implementada pela Konami, especialmente nas arcadas, surgiu a indagação: qual será o próximo passo? Como é que os próximos desenvolvedores vão superar ou aproveitar a propriedade intelectual das quatro tartarugas ninja, e torná-la novamente viva e entusiasmante após aquele lançamento emblemático? É uma resposta que, por enquanto, continuará no ar, mas enquanto isso, vão surgindo tentativas de não deixar esfriar o nome de Teenage Mutant Ninja Turtles no mercado.

Teenage Mutant Ninja Turtles Arcade: Wrath of the Mutants surge com a premissa de oferecer a mesma experiência vivida algures em 2017 – uma espécie de port, com alguns melhoramentos e novidades comparativamente com a proposta original, exclusivamente para as arcadas. Com as quatro tartarugas ninja disponíveis para serem escolhidas – que, neste jogo, são inspiradas na banda desenhada de 2012 -, encontram-se também seis níveis para serem ultrapassados, com três opções de dificuldade à escolha.

Teenage Mutant Ninja Turtles Arcade: Wrath of the Mutants apresenta uma direção artística que nunca encaixa verdadeiramente com modelos em 3D, e cenários com tonalidades peculiares. Os visuais são geralmente de qualidade baixa, com poucos modelos de inimigos, cenários com altos e baixos em termos de inspiração, e movimentos de personagens um tanto robóticos e pouco convincentes, o que limita a experiência: não na forma como o jogo tende a desenrolar-se, mas na imersão que poderia oferecer ao jogador, tornando-se pouco credível aos olhos, ao modelo clássico de beat ‘em up, vivenciado durante décadas nos salões de jogos e em casa.

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Apesar de visualmente Teenage Mutant Ninja Turtles Arcade: Wrath of the Mutants não cativar, e de nunca se sentir verdadeiramente à vontade com a direção de arte atribuída pelos criadores, a banda sonora que o acompanha também não consegue cobrir a proposta e fornecer um impulso de força, energia, vivacidade e rebeldia. As faixas que acompanham a proposta, simplesmente não se encaixam – é como se estivessem num corpo diferente, sendo bizarras em vários momentos. Pedia-se uma selecção musical mais agitada e enérgica, que não só se adequasse à ação, aos vários momentos dos níveis, mas sobretudo à personalidade das tartarugas, que tendem a ser bem-humoradas – não só neste jogo, como em todas as propostas onde marcaram presença.

No que diz respeito ao desenho dos níveis, a forma como foram elaborados, faz com que se afastem significativamente das falhas já aqui apresentadas do jogo, visto que os cenários e sua construção, têm uma distribuição cuidadosa de itens pelo meio, e a maneira como o jogo procura manter o jogador envolvido, oferecendo sugestões nos momentos oportunos para encorajar decisões, como usar as habilidades especiais para derrotar inimigos ou recarregar a saúde, nos momentos certos. As batalhas contra os bosses apesar de serem um pouco mornas – existindo dois por cada nível – também retiram imenso da monotonia existente durante grande parte da maioria dos níveis, apesar de nunca serem brilhantes. As mecânicas de combate, apesar de simples, cumprem com o propósito do que deve ser um bom jogo arcade, principalmente um bom beat ‘em up, já que o jogador rapidamente se adapta aos movimentos, aos tempos de execução de cada execução, mas demorará a dominar, a aperfeiçoar todos os seus actos.

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Teenage Mutant Ninja Turtles Arcade: Wrath of the Mutants segue os padrões dos jogos arcade, e como tal, é um jogo que pode e deve ser jogado repetindo várias vezes os níveis para ser devidamente dominado. Numa primeira ronda, é capaz de oferecer pouco mais de uma hora de jogo para ser concluído; mas para ser dominado, sobretudo na dificuldade mais elevada (hard), exigirá certamente várias horas de aperfeiçoamento e repetição.

CONCLUSÃO
A meio da tabela
5
teenage-mutant-ninja-turtles-arcade-wrath-of-the-mutants-analise-embargo-23-de-abril-15horasTeenage Mutant Ninja Turtles Arcade: Wrath of the Mutants é um jogo que nunca se sente que foi pensado com cabeça, tronco e membros. À medida que se vai jogando, a sensação que dá é que foi pensado com peças já feitas, e os criadores foram pouco a pouco acoplando os pedaços resultando num jogo razoável de arcade. Apesar disso, tem um bom level design e razoáveis mecânicas de combate. Contudo, a direcção artística e a banda sonora – elementos também eles fundamentais em jogos deste género -, não se enquadram perfeitamente. Após a chegada de Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder's Revenge ao mercado, a tentativa de reavivar o que Wrath of the Mutants ofereceu nos salões de jogos, embora acompanhado de alguns acréscimos, revela-se pouco. Há, claramente, um antes e um depois de Shredder's Revenge que tão cedo não será esquecido.